A construção da nova ponte sobre o rio Lima, em Viana do Castelo, vai começar na próxima semana, num investimento de 23 milhões de euros, financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Em declarações aos jornalistas, no final da consignação da obra, o representante do grupo Alberto Couto Alves (ACA), Fernando Frias, explicou que, na próxima semana as máquinas já estarão no terreno e, durante o mês de janeiro de 2025 a “obra já será visível no rio”.
“Muito rapidamente se vai ver que a obra começou e que irá correr me velocidade cruzeiro para que os prazos sejam cumpridos”, destacou.
Com um prazo de execução de 510 dias (cerca de um ano e meio), a nova ponte, entre a Estrada Nacional (EN) 203, na freguesia de Deocriste, e a EN 202, em Nogueira, com uma extensão total aproximada de 1,95 quilómetros.
Fernando Frias adiantou que o estaleiro da obra já começou a ser montado e que os próximos passos da obra passam pela desmatação das parcelas de terreno, escavações e criação os acessos para a instalação das fundações indiretas através de colocação de estacas.
Para o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, disse tratar-se da “infraestrutura mais importante e complexa alguma vez executada pelo município” e, salientou o “longo e complexo processo de licenciamento da obra”.
O autarca socialista adiantou que a obra vai beneficiar, como outras no país, da prorrogação do prazo de financiamento do PRR, que terminava em dezembro de 2025 e foi estendido até final julho de 2026.
“A complexidade do licenciamento de uma infraestrutura desta natureza é significativa. Foi preciso percorrer as várias entidades públicas. Cumprindo todas as normas e leis que tínhamos de cumprir para licenciar a ponte”, especificou.
Para Luís Nobre é uma “obra estruturante” para o concelho, garantindo a “ligação entre os parques empresariais e, criar melhores condições de mobilidade, contribuindo para a melhoria significativa dos indicadores ambientais, libertando fluxos, densidade de tráfego que existe nas estruturas viárias nacionais e municipais”.
O autarca sublinhou que quando a travessia entrar em funcionamento “vai deixar o concelho em melhores condições competitivas, de atração e fixação de empresas”, para que Viana do Castelo “continue a trilhar o nível de desenvolvimento que os indicadores económicos” refletem, sendo o 16.º concelho mais exportador do país, representando 1,5 % das exportações portuguesas.
Para a construção da nova travessia serão utilizados 45.347 metros quadrados de solo integrado na Rede Ecológica Nacional (REN), nos sistemas de sapais, zonas húmidas, zonas ameaçadas pelas cheias, estuários e leitos de cursos de água, algumas das quais sobrepostas — dos quais 21.505 metros quadrados serão impermeabilizados”.
De acordo com “um parecer da CCDR-N, o projeto é compatível com o Plano Diretor Municipal de Viana do Castelo e, face à sua natureza, não existe alternativa de localização que não afete solos integrados em REN”.
A obra foi aprovada em reunião extraordinária da Câmara de Viana do Castelo em 05 de janeiro, pela maioria PS, tendo sido reconhecida, pelo anterior Governo PS, como ação de relevante interesse público para viabilizar a sua construção em áreas de REN.
Para a execução da empreitada a Câmara de Viana do Castelo declarou a utilidade pública da expropriação de 50 parcelas de terreno, por 326.460 euros.
A declaração de utilidade pública das expropriações abrange terrenos da União de Freguesias (UF) de Torre e Vila Mou, da UF de Cardielos e Serreleis, da UF de Subportela, Deocriste e Portela Suzã e da UF de Geraz do Lima (Santa Maria, Santa Leocádia e Moreira) e Deão, do concelho de Viana do Castelo.